PERDER PARA GANHAR

Foto: gentileza de Esperança e João Pedro.
“…Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (João 12:24-25)

A vida humana passa, inevitavelmente, por momentos de sofrimento e dor ainda que a maior parte de nós gostasse mesmo de viver a vida sem ter que experimentar, por pouco tempo que seja, qualquer forma de aflição.

No entanto, é durante as provas, lutas e tribulações que a vida nos traz, próprias da nossa condição humana, que Deus frequentemente vai fazendo a Sua obra mais importante na modelação das nossas vidas para que em nós os Seus propósitos divinos possam realizar-se.

No Evangelho de João, cap. 12 e versículos 24-25, Jesus, comparando as nossas vidas com grãos de trigo, explica, de forma admirável e profunda, o princípio bíblico que nos faz compreender a utilidade do sofrimento na vida dos crentes.

Se guardarmos um punhado de grãos de trigo numa vasilha ou em qualquer gaveta tendo em vista a sua preservação, o cereal ficará protegido por tempo indeterminável. Porém, na sua segurança, os grãos de trigo irão tornar-se praticamente inúteis.

No entanto, se as sementes de trigo forem colocadas no subsolo, em condições ideais de calor e humidade, a protecção mais exterior das sementes será destruída e algo espantoso irá acontecer. Em pouco tempo, surgirão da terra novos brotos que, com o passar do tempo, se transformarão em novas plantas úteis e belas.

Os novos caules produzirão espigas e estas muitíssimos mais grãos do que os que foram semeados. É o funcionamento do incrível ciclo da vida, através do qual uma mão cheia de trigo pode chegar a transformar-se em imensa seara.

E tudo começa com o fenómeno da destruição da casca exterior que protege as sementes. Se o grão de trigo falasse, com certeza iria queixar-se do seu mal-estar durante o processo de destruição da casca exterior que protege as sementes.

Jesus não só falou do exemplo da semente de trigo, mas Ele próprio exemplificou com a Sua vida essa comparação. Entregando-Se para a crucificação, o Senhor foi quebrantado com a dor mais profunda, tendo depois o Seu corpo descido à terra, qual grão de trigo, onde ficou até acontecer a ressurreição.

Do quebrantamento e morte de Jesus surgiu uma vida nova para todos nós. Digamos que de um só “grão”, nasceu um número incontável de novos crentes, cada um possuindo uma nova vida que, por sua vez, deve desabrochar e produzir fruto.

Talvez você, estimado(a) leitor(a), esteja passando neste momento por alguma dor resultante de qualquer tipo de tribulação. Se assim acontece, lembre-se do exemplo do grão de trigo. Ele tem que “sofrer” o doloroso processo de destruição da casca exterior para que o potencial de vida latente que existe no interior da semente possa desabrochar, realizando assim um dos propósitos da sua existência. Tal fenómeno exemplifica um dos princípios fundamentais da vida humana: às vezes, para ganhar a vida é preciso saber perdê-la, como Jesus disse.

Uma coisa é certa: Deus NUNCA nos abandona. Em vez disso, Ele pode aproveitar circunstâncias aparentemente adversas nas nossas vidas para nos moldar e orientar tendo em vista o nosso crescimento espiritual e o cumprimento dos propósitos para os quais fomos criados, à
semelhança do que acontece com o grão de trigo que, passando pelo "quebrantamento" resultante de ser lançado à terra, se transforma em nova planta e, depois, até, em seara verde de trigo ondulando ao vento que dá gosto contemplar.

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